Hoje sou eu, falando de mim.

Se alguém perguntar: esse texto é sobre você? É, hoje é. Totalmente eu.

Uma das primeiras perguntas que me fazem, quando falo que sou escritora, é como eu decidi que iria começar a escrever. Sempre dou a mesma resposta. “Foi por acaso, veio aquele estalo e resolvi fazer um texto, criar um blog, tudo sem pensar”.

Realmente foi assim. Eu não planejei nada, não tinha pretensões.

O que eu nunca falei, porque, até então, não me sentia à vontade, foi como surgiu o impulso de começar.

Antes dos livros, eu advogava e fazia concursos públicos. Nunca me identifiquei muito com a profissão. Na minha mente sonhadora, as projeções eram lindas, mas a realidade não correspondeu as minhas expectativas (com isso não quero desestimular ninguém que pretenda ingressar no mundo do direito. Tenho amigos advogados que são felizes e realizados com o que fazem. Apenas não foi o meu caso).

Na certeza de que advogar não era para mim, comecei a fazer concursos para tribunais, magistratura, ministério público… Teve um, em especial, que esperei o resultado desesperadamente, porque eu havia estudado muito.

Passei o dia atualizando o site para saber o resultado, era uma segunda-feira. Às 13h, mais ou menos, apareceu “Resultado da prova objetiva”. Coloquei meu código de acesso e lá estava meu nome. O único problema era a colocação: 700. O notebook, o mesmo que estou escrevendo agora, emanou um raio ultra poderoso e me jogou contra a parede. Fiquei arrasada. Eram dez vagas, eu não ia ser chamada nunca.

“Mas tinha vinte mil inscritos. Você ficou em setecentos. Sua prova discursiva vai ser corrigida.”

Não importava o que o lado solidário do meu cérebro dissesse para tentar me consolar, eu só escutava o “não deu certo”. Estava sozinha, então o berreiro foi grande. Chorei até meus olhos pedirem, por todos os santos, deuses e crenças, que eu parasse, senão eles iriam explodir. E foi nesse pequeno intervalo que veio o impulso. Peguei o computador, abri o Word e comecei a escrever sobre a primeira decepção amorosa de Eduarda.

Nas horas que passei escrevendo, não lembrei de tristezas, decepções, de ter falhado. Eu me diverti, sorri, fiquei com raiva de Júnior, amiga de Paulinho.

No início da noite, eu já havia criado um blog, um Instagram e publicado meu primeiro texto.

Antes de dormir, acho que já passava da meia noite, recebi meu primeiro comentário. Ainda lembro, ela se chamava Gabi Camargo e disse algo mais ou menos assim: “gostei muito, quero saber como será a continuação.”

Dessa vez, o computador emanou raios poderosos que me fizeram flutuar. Dancei valsa, com as nuvens, por vários minutos.

Como assim? Continuação? Continuação não havia passado pela minha cabeça. Sabia que adorava ler, mas escrever? Eu gostava de escrever? Descobri, em poucos dias, que não apenas gostava, como amava.

A partir daí, passei a escrever um texto por semana, depois o livro e agora vou lançar o segundo.

Mesmo com todos os percalços dessa nova jornada, a escrita me fez mudar a percepção da vida.

Por falar em dificuldades, uma vez a expectativa era vender cem livros e vendi dez, vou falar desse episódio depois.

Mas, não importa o que aconteça, os problemas, as dificuldades, enquanto eu sentar para escrever e sentir a mesma alegria me invadindo e souber, através das mensagens que vocês me mandam, que essa alegria também os atingiu quando leram meus textos, vou continuar lutando para alcançar mais e mais pessoas.

Obrigada a todos, quem já leu alguma coisa minha, quem ainda vai ler. Espero escrever muitos outros livros para nos divertirmos juntos.

Gostaram do site novo?

Próxima quarta, dia 22/07/2020, às 13h30, vou emanar daqui super raios com a AMOSTRA DO MEU MAIS NOVO LIVRO: Desculpe, esqueci o paraquedas.

Espero que ela possa despertar a melhor energia em vocês.